segunda-feira, 14 de março de 2011

RESTREPO

(12/03)



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Ficha Técnica:


Gênero:Documentário

Duração: 93 min

Ano de Lançamento: 2010 (EUA)

Site Oficial: http://restrepothemovie.com

Direção, Roteiro e Fotografia:
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Tim Hetherington
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e Sebastian Junger

Música: Ruy Garcia






Alguns Soldados:

(Imagem de todos que participam
do filme disponíveis no Site Oficial)

Juan Restrepo
Dan Kearney
LaMonta Caldwell
Aron Hijar
Misha Pemble-Belkin
Miguel Cortez
Sterling Jones
Brendan O'Byrne
Joshua McDonough



Por várias vezes tive que repetir a mim mesmo durante o filme: "É realidade!". Imaginava as cenas "do outro lado", dos "inimigos" do grupo que aparece em guerra, como em tantos filmes que infelizmente nos acostumamos a assistir.
A câmera quase colada aos soldados faz sentir (quase) na pele o dia a dia de um grupo que pode morrer a qualquer momento. Ameaça constante.
Sabemos que os EUA não tinham que estar no Afeganistão e que os interesses estavam longe de serem os anunciados através do mundo.
Mas o que se vê aqui são meninos, que supostamente deveriam ser amados e protegidos por seu país, expondo suas vidas em uma guerra absurda. Como todas as outras o são.
Na primeira cena, alguns garotos filmam a si mesmos em um avião, a caminho da guerra. Um deles se destaca, alegre, cheio de vida e energia, falando de ir e voltar pra casa...é o soldado Restrepo, que morre logo depois, para desespero dos amigos.
Desespero que chega aos ataques de choro e inconformação quando veem a morte de outros parceiros.
O grupo em questão é levado pelos estrategistas a um dos lugares mais temidos de toda a área de combate. Em meio a montanhas geladas, bem na mira dos inimigos.
Acabam lá no alto, montando um ponto de combate e resolvem batizá-lo com o nome do colega morto: Restrepo.
Durante uma das tantas reuniões dos invasores americanos com os anciãos locais, para explicar o inexplicável, um deles boceja...não tem o descanso que se espera merecer nesta época da vida.
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Em momentos de descontração os combatentes dançam, como se estivessem em uma pista, comem carne de uma vaca roubada, falam da vida. Um rapaz toca e canta ao violão, uma música talvez feita por ele mesmo: "They can take the boy from the island. But they can't take the island from the boy". Cercados por balas, um deles vê a chegada de um caça americano, olha o avião no ar e diz: "The birds we love to see".

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Difícil acreditar que um país tão desenvolvido economicamente mande para guerra meninos de 18 ou 19 anos. Por mil dólares mensais, na informação dada por um deles. Para invadir casas tão simples, às vezes buracos na montanha, bem cedo, aterrorizando os locais da mesma forma que os Talibãs, justificativa de sua presença ali. Ferem suas crianças, acabam com o que resta de suas vidas.
A bela paisagem me fez pensar em uma canção de Djavan, feita para outra realidade, mas aplicável aqui: "Por que será que Deus pôs ali o ser pra ser assim, sofredor?".
Seria perfeitamente possível um filme feito pelo ''outro lado", com seus herois, não menos sofridos, com suas feridas e perdas não menos doloridas. Talvez com um título de "Abdul".
Outra canção recorrente, vendo a agonia que nunca vai terminar na mente destes valentes: "Gente quer comer, gente quer ser feliz!".
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O documentário foi indicado ao Oscar 2011 na categoria.
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(O jovem Restrepo, de óculos escuros)
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