segunda-feira, 14 de junho de 2010

ANTES DA LUA CHEIA

NIWEMANG


A música não vai ser sufocada pelas mãos da tirania. Ela fica, latente. Como uma semente. A emoção não vai ser domada. Nem nunca o pensamento. Não importa a ignorância, não importa o tempo de sua permanência.

Após trinta e cinco anos sem poder tocar ou cantar (respirar?), artistas se preparam para uma apresentação no Iraque. Contrariando conselhos e previsões, se aventuram em uma viagem pelo deserto, vencendo barreiras policiais e violência. A ideia é realizar uma apresentação no país, após tantos anos calados.
Durante todo o tempo, o famoso maestro do grupo tem alucinações com a morte. Que acaba caindo sobre o ônibus e conduzindo seu corpo.
Há alegria e pode haver ironia e bom humor em meio à dor e à opressão. As pessoas querem viver livres e embora pareça redundande, são iguais.
A música do filme é sublime, atonal e em idioma curdo.
Em determinada cena, mais de 1300 mulheres condenadas ao exílio por cantarem (!) tocam seus tambores e cantam, embora as bocas fechadas, lembrando o Olodum da Bahia.

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